Géza Csáth, pseudônimo
de József Brenner (1887-1919), médico e escritor húngaro que se caracterizou
por contos sombrios.
Matricídio
Géza Csáth
Tradução de Paulo Schiller
Para Ernö Osvát
A morte precoce do pai de crianças bonitas e saudáveis
certamente causará problemas. Witman tinha dois filhos, de quatro e cinco anos
de idade, quando numa tarde ensolarada de novembro, com um pouco de vento, ele
disse adeus ao mundo. Morreu sem muita dificuldade, e, de um modo geral, não
deixou muito pesar atrás de si. A esposa, a viúva, era uma mulher bonita, mas
de natureza pacata e extremamente egoísta. Nunca torturara o marido, mas além
de certo ponto ela jamais o amara. Isso é muito mais desculpável entre homens
do que entre mulheres, cuja vida inteira é justificada, salva ou tornada mais
valiosa por esse sentimento forte, embora em muitos aspectos sem sentido.
Entretanto, temos de perdoar a senhora Witman porque ela afinal trouxe ao mundo
dois rapazes bonitos e fortes. Na rua em que eles moravam, em uma casa de dois
andares, dilapidada, com uma escadaria de madeira, a senhora Witman, loira,
vestida de luto, era decididamente respeitada. Embora a mulher tivesse a
cintura fina e olhos infantis. Como ser humano ela não era nem boa nem má.
Beijava os filhos tão pouco quanto batia neles. Ela e eles tinham pouco a ver
uns com os outros, como aos poucos foi ficando cada vez mais claro.
Os garotos costumavam brincar no vizinho. Não apareciam
durante as longas tardes e até altas horas da noite. Falavam pouco e apenas
entre si. Em seus pequenos olhos pretos brilhava a alma de Witman, o pai.
Subiam em sótãos, remexiam caixas velhas, maltratavam gatos. Muitas vezes
passavam pelas fendas dos sótãos para fora, para os telhados e as saídas de incêndio,
até as chaminés de formas estranhas, cheirando a fumaça. Enquanto durava o verão
eles se banhavam no rio e capturavam pássaros na mata. A senhora Witman lhes
dava de comer e roupas de baixo limpas no sábado a noite. Ela também os
acompanhava à escola para fazer a matrícula. Por outro lado, ela vivia
silenciosamente, e, silenciosamente, engordava. Seis meses depois da morte do
marido conheceu um funcionário de banco, um rapaz jovem e bonito, com o queixo
barbeado, ombros largos, e a pele do rosto fina, cor-de-rosa e feminina; a
senhora Witman o desejava, e embora lhe custasse e a cansasse, ela flertava com
ele. O homem, por tédio e preguiça, não largou a mulher.
Os filhos de Witman pouco se preocupavam com a mãe e o
amante; tinham planos e afazeres. Entraram no ginásio. Espicharam, os músculos
se tencionaram como cabos de aço sobre os ossos finos e fortes. Faziam os
deveres de casa com facilidade, depois de se levantarem, em um quarto de hora.
A escola não tinha nenhum papel na vida deles. Consideravam a vida uma ocupação
grandiosa e solene e, sem consciência e cedo, delinearam o tempo segundo as
necessidades deles.
Em um canto oculto do sótão eles instalaram uma
pequena cozinha de feitiçaria. Lá eles reuniam flechas, espingardas de balas de
borracha, facas, alicates, cordas e parafusos escondidos e organizados. Nas
noites de outono com vento, depois que jantavam — a mãe mergulhava em um
romance alemão encadernado em vermelho —, com passos silenciosos e rápidos eles
desciam para a rua, corriam, percorriam meia cidade. Espreitavam. Passavam uma
corda no pescoço de um cachorro perdido e o arrastavam para casa. Amarravam a
boca do animal e o estendiam sobre uma tábua. A lanterna diminuta deles, como
um mundo distante de um castelo mal-assombrado da floresta, brilhava na escuridão
marrom, úmida do sótão. Os dois rapazes se entregavam ao trabalho com uma lentidão
nervosa. Abriam o peito do cachorro, faziam o sangue escorrer, e durante o
trabalho ouviam os gemidos terríveis, impotentes, do animal. Olhavam seu coração
batendo, pegavam na mão a pequena maquina quente, em movimento, e com picadas miúdas
danificavam as artérias e as válvulas.
Tinham um interesse inesgotável pelo mistério da dor.
Mais de uma vez eles se torturaram mutuamente, após acordo prévio, com surras
ou beliscões. A tortura de animais se tornou uma paixão séria e natural. Exterminaram
uma legião de gatos, galinhas, patos, de modos estranhos, sempre mais
elaborados. E das coisas deles ninguém fazia ideia. Sabiam se esconder com segurança,
com prudência e sabedoria viril.
Por outro lado, poucos na casa se preocupavam com
eles. No primeiro andar morava um velho funcionário da justiça que mal ficava
em casa, e uma costureira que trabalhava com quatro moças. No segundo andar, além
dos Witman, morava somente o proprietário da casa. Um homem bastante jovem,
filho do antigo dono, que não se ocupava muito da casa nem dos moradores. No térreo
havia um vidraceiro e uma loja de tecidos. Ninguém sabia quando havia algum freguês
nessas lojas. Os rapazes Witman tomaram conta da casa. No pequeno quintal sujo
nunca se via ninguém. O sumagre que ficava no meio do quintal, e havia tantos
anos produzia seus brotos, folhas e flores, provavelmente sentia que as coisas não
andavam bem. A vida, porém, na pequena casa de dois andares progredia, como nos
outros lugares. Entretanto, entre os moradores apenas os dois rapazes se
divertiam, sempre ousavam pensar no amanhã e no depois de amanhã.
Certa noite de setembro eles chegaram em casa vermelhos,
ofegantes. Carregavam uma coruja amarrada. Encontraram-na no sótão da velha
igreja. Preparara-se durante uma semana, combinaram como a apanhariam e como a
matariam. Conseguiram. Os olhos deles brilhavam, nos ombros fortes sentiam uma
força viril quando, atravessando ruas escuras, chegaram em casa com o troféu. A
coruja os interessava havia muito tempo. Sua cabeça parecia se resumir a dois
grandes olhos. Em seu cérebro se abrigavam antigas histórias extraordinárias.
Chegava a viver mais de cem anos… Eles precisavam de uma coruja, precisavam…
Lá estava ela. Tiraram uma a uma as penas de seu
peito, e observaram as chamas coloridas da dor se acendendo nos olhos do pássaro.
Depois amarraram com cordas as bases das asas, as garras, o bico, e, assim,
imobilizada, contemplaram-na durante muito tempo, mudos. Comentaram que o pássaro
era na verdade apenas uma casa para onde o sofrimento se mudara, e lá moraria
até que eles matassem a coruja. Mas onde ele morava? Muito provavelmente em sua
cabeça. Depois decidiram que durante a noite eles a deixariam lá porque dessa
forma o sono deles seria belo e excitante. Na verdade, despiram-se agitados e
em seguida ficaram escutando se do sótão vinha algum som. Sentiam que certa tensão
tomava conta de seus músculos, como se as forças em vão desperdiçadas pelo
animal amarrado, em convulsão, se derramassem sobre eles. Assim adormeceram.
No sonho percorreram juntos grandes campos, montados
em imensos cavalos brancos, galopando loucamente. Alçavam voo de picos
vertiginosamente altos e atravessavam a nado mares quentes, sangrentos. Toda a
dor e o sofrimento existentes na terra estremeciam, uivavam e gritavam sob as
patas dos cavalos.
Ao despertar, uma manhã de sol sorriu para eles;
saltaram leves da cama. Pediram o café
da manha da empregada, porque a senhora Witman costumava dormir até as dez
horas. Correram para a coruja e em uma hora acabaram com ela. Primeiro
arrancaram seus olhos, em seguida abriram seu peito, depois de libertarem a
boca do pássaro porque queriam ouvir sua voz. O som, o som terrível, de
enregelar os ossos, superava toda intensidade imaginável, mas por isso mesmo o
trabalho tinha de ser finalizado logo, porque temiam que ele pudesse ser ouvido
na casa. De um modo geral estavam muito satisfeitos, a coisa tinha compensado o
empenho.
De tarde, o rapaz mais velho saiu de casa sozinho.
Descobrira algo em outra casa. Tinha visto passar na janela uma moça seminua
que se penteava numa camisola cor-de-rosa. Ele se voltara da esquina para olhar
de novo o quarto. A moça agora estava de pé no fundo do quarto, seus ombros
brancos brilhavam à luz do sol. O rapaz entrou pelo portão da casa. Uma velha
veio em sua direção. mas, ao mesmo tempo, no final do corredor lateral apareceu
a moça que se penteava. Ela caminhou na direção do rapaz e disse que desejava
vê-lo mais de perto porque gostara muito dele. A moça acariciou com delicadeza
o rosto límpido do rapaz magro, de calças curtas, que num gesto brusco abraçou
seu pescoço e grudou os lábios no rosto dela. Nisso, portas se abriram
silenciosamente a toda volta e cabeças de moças jovens os olharam; rapidamente,
porém, elas recolheram as cabeças sem fazer ruído. No final do corredor ardia
uma lamparina de vidro azul, e a moça levou o mais velho dos rapazes Witman
nessa direção. Eles baixaram a cortina, o brilho amarelado do sol da tarde se
filtrou no quarto perfumado. A moça se estendeu sobre o tapete e, imóvel,
permitiu ser beijada, abraçada. O filho de Witman pensou na coruja e se
perguntou por que tudo que era belo, primoroso e excitante na vida era também terrível,
inexplicável e sangrento. Entretanto, ele logo se cansou da brincadeira.
Levantou-se frustrado, esperou e olhou a mulher com os olhos bem abertos. Em
seguida, ele se despediu apressado, mas prometeu que voltaria outra hora.
Perguntou o nome da moça, e por fim disse:
— Até logo.
Naquele dia os dois rapazes Witman vagaram até tarde
da noite pelos campos. Não falaram sobre os acontecimentos. O mais velho contou
que no ar viviam seres que se pareciam com os homens, e quando soprava um vento
fraco se podia sentir seus corpos flutuando. Depois eles pararam, fecharam os
olhos e estenderam os braços. O mais velho afirmou que à sua volta pairavam
moças imensas, de corpo macio, etéreo, e elas tocavam seu rosto com as costas e
com os seios. Passados alguns minutos o irmão declarou que também sentia as moças.
Em casa, na cama, eles continuaram falando das mulheres etéreas. Elas entraram.
Esgueiraram-se sem fazer ruído, mal tocaram o vidro da janela com as costas
aveludadas, e, levitando, flutuando, se deitaram junto deles sobre a colcha,
sobre os travesseiros. Elas curvaram o pescoço sobre a boca e o rosto dos
rapazes, e em seguida escorregaram mais para baixo com movimentos cansados, preguiçosos
e leves. Passaram a noite toda com eles no quarto. Abraçavam-nos curvadas,
flutuavam sorrindo na direção da janela, depois de novo deslizavam na direção
deles, deitavam-se e se aninhavam sobre eles. Somente quando o dia irrompeu no
quarto com raios brilhantes e quentes, elas se distanciaram pela janela, com um
murmúrio lento, sonhador, arrastado, e se desfizeram no ar fresco da manhã.
Nesse dia os dois rapazes foram a casa da moça juntos.
Na manhã quente de maio, eles passaram por lá voltando da escola e se
esgueiraram pelo portão. A mulher veio na direção deles sorrindo, despenteada,
mas com uma risada fresca, alta, e levou os Witman para seu quarto. Eles
depuseram os livros, se estenderam sobre o tapete, puxaram a moça para junto
deles e a beijaram, morderam, abraçaram. A mulher riu de boca fechada, e fechou
os olhos. Os olhos dos rapazes de súbito se cruzaram. Os dois começaram a bater
nela. A mulher agora ria de boca cheia, como se lhe fizessem cócegas. Os dois
Witman se apoderaram da moça, beliscaram-na, prenderam, rolaram e a torturaram.
A mulher, imóvel, ofegante, permitiu que fizessem com ela o que quisessem. Os
rapazes com o rosto vermelho se esticaram sobre seu robe de seda cor-de-rosa.
Mais tarde, eles recolheram os livros, e disseram a moça que ela era a jovem
mais bela que já viram. Irén respondeu que gostava deles, mas caso viessem
outra vez que lhe trouxessem algo, um doce, uma flor. O Witman mais velho disse
que ela se contentaria com o que trouxessem. A mulher acompanhou os rapazes até
o portão e beijou-lhes a mão.
Depois do almoço eles se trancaram no quarto e falaram
sobre a moça; concordaram que haviam experimentado algo que superava
incomparavelmente todas as aventuras que haviam tido antes, até mesmo a tortura
da coruja.
– Somente por isso vale a pena viver — disse o menor.
– É o que tanto procuramos — declarou o outro.
Em uma tarde linda e quente de maio eles partiram para
a escola sem livros. No entanto, foram direto para a casa, para a janela da moça.
Não encontraram ninguém. Voltaram: da segunda vez, a cortina se moveu e a moça
olhou para fora. Eles pararam. A moca abriu a janela.
– Vocês vem amanhã de manhã? — ela perguntou com um rosto
sorridente. — Venham amanhã, tragam alguma coisa. Ela acenou e fechou a janela.
Os rapazes ficaram vermelhos e palpitantes à visão
dela.
– Vamos lhe trazer joias, pulseiras ou anéis de ouro —
disse depois de um longo silêncio o mais velho.
– Sim, mas de onde?
– Nossa mãe tem, vamos pedir a ela.
– Ela não vai dar.
– Vamos arranjar a chave do armário de vidro.
– Ela não vai dar a chave.
– Mas ela tem quatro pulseiras de ouro e sete anéis.
Nos dedos ela também usa três anéis.
De noite eles rodearam o armário examinando as
preciosidades da mãe. Havia entre elas uma pulseira cravejada de perolas e
rubis vistosos. Pediram a senhora Witman que lhes mostrasse as coisas. A mulher
— loira, frágil, de natureza teimosa — os expulsou da sala. Tinha um pouco de
medo dos filhos, sentia-os muito distantes dela.
Os rapazes correram para a rua para discutir.
– Não podemos pedir a ela.
– De modo algum.
– Ela não vai dar.
– Não, não.
– Temos de arrombar o armário.
– Ela vai acordar, vai fazer barulho, e nos vamos
continuar sem nada.
– Ela não vai acordar!
O coração deles estava cheio de ódio da mãe loira, de
olhos azuis, preguiçosa e gorda, desejavam torturá-la também.
– Eu vou quebrar uma das laterais de vidro com o cabo
do meu canivete e não vai haver mais nenhum outro barulho. Você ilumina com a
lanterna, e eu vou pegar todas as pulseiras e anéis.
– Mas não vamos
levar tudo!
– Sim, vamos levar tudo; ela não precisa, pode ficar
sem nada, ela pode chorar a vontade depois.
Subiram correndo para o sótão, deram uma busca entre
as ferramentas e pegaram uma talhadeira, um alicate, verificaram a lanterna e
puseram tudo nos bolsos. Em seguida, desceram correndo e se deitaram. Porém,
antes espiaram pela fenda debaixo da porta e viram que o quarto da mãe estava
escuro. Enquanto se despiam decidiram que só voltariam por volta da meia-noite.
Não tiraram as meias, para não fazerem barulho quando andassem, e se deitaram
despertos, mas serenos. Apoiados nos cotovelos fizeram pianos, de manha, depois
da escola iriam correndo para a casa da moça. Esconderiam as preciosidades no sótão
e as levariam aos poucos. De manhã, negariam tudo, e, se a mãe quisesse surrá-los,
fugiriam. Sentiram-se felizes ao pensar que ela ficaria furiosa e choraria
impotente, por não encontrar as joias. Nem por um instante consideraram a
possibilidade de que ela pudesse acordar. Depois saíram da cama, abriram a
janela, e se debruçaram na noite morna de maio. Os latidos dos cães, o estrépito
dos carros que de tempos em tempos repartiam a noite em capítulos não
encurtaram a passagem lenta das horas.
Quando por fim o relógio da torre bateu meia-noite,
lentamente, eles começaram a se preparar. Acenderam a lanterna, o Witman mais
jovem pegou o alicate, a serra e a lanterna, o outro somente o canivete com a
longa lamina aberta. Ele foi na frente. Esgueiraram-se calmos e seguros pela
sala de jantar, em seguida o mais velho se adiantou e abriu a porta que dava
para o quarto da senhora Witman. As dobradiças não rangeram nem um pouco.
Respiraram aliviados. Voltada para a parede, a senhora Witman dormia serena, só
se via suas costas gordas, largas, cobertas por uma manta tricotada.
Postaram-se diante do armário.
O garoto ergueu o canivete para golpear a lateral do armário.
Ensaiou por alguns instantes e depois bateu no vidro. O estridor foi
terrivelmente forte, forte como se alguém tivesse atirado uma porção de copos
de vidro em uma caixa pela janela alta de um sobrado. A senhora Witman se
mexeu, se virou, em seguida, apoiando-se nos cotovelos, abriu os olhos. Seu
rosto expressou raiva e ódio obstinados, mas ela não chegou a falar porque o
rapaz mais velho saltou sobre a cama e a golpeou no peito com o canivete. A
mulher caiu para trás e sua mão direita se agitou no ar. O menor também já
estava na cama e prendeu as pernas dela. O maior tirou a lamina sangrenta do
peito da mãe e a golpeou de novo. Não era necessário, porque ela estava morta.
De seu peito o sangue corria lentamente debaixo da colcha.
– Bern, isso está resolvido — disse o mais velho —,
agora vamos pegar as coisas.
Tiraram as joias do armário, as pulseiras, os broches,
os anéis, o relógio e a longa corrente de ouro do relógio. Puseram calmamente
sobre a mesa o tesouro conquistado, e, de pleno acordo, eles o classificaram e
separaram.
– Agora vamos logo, vamos nos lavar e trocar de roupa.
Voltaram para o quarto deles, lavaram as mãos,
despejaram a água, mas não tiveram de se trocar, nas roupas não tinham nenhum
sinal de sangue. Voltaram para o cenário do crime. O mais jovem abriu a janela
do quarto ao lado e esperou pelo irmão, que trancou o quarto da senhora Witman
por dentro, e pela janela, passando pelo parapeito, entrou pela outra janela
aberta.
A rua estava completamente escura, fazia um silêncio
mortal, mas eles tinham de se apressar porque o relógio da torre tinha soado
uma hora e eles ainda queriam dormir. Despiram-se, entraram na cama, e, exaustos
pela excitação, em alguns instantes estavam os dois profundamente adormecidos.
De manhã a mulher da limpeza que sempre chegava
pontualmente as seis e meia os acordou. Estava acostumada a que a senhora
Witman levantasse as dez e por isso não foi ao quarto dela. Depois de limpar a
sala de jantar, ela acordou os meninos, que se lavaram depressa, tomaram o café
e desapareceram com as preciosidades nos bolsos.
– Antes da escola!
– Está bem!
– Temos de ser pontuais para a apresentação.
– Claro, especialmente hoje.
– As onze horas vão nos chamar para casa.
– Vamos logo.
O portão da casa estava aberto. Até chegarem pelo
corredor a porta de moça não cruzaram com ninguém. Entraram. A mulher, com o
rosto vermelho, dormia profundamente, eles a descobriram e a beijaram, em
seguida tiraram dos bolsos os tesouros. Puseram-nos sobre a barriga, o peito e
as coxas dela
– Veja o que trouxemos.
– É tudo seu.
A mulher, com dificuldade, porem sorrindo, voltou a
si, apertou as cabeças duras dos dois pequenos malfeitores, agradeceu a visita,
e se virou para a parede.
– Hoje ou amanhã voltaremos.
Com isso, os rapazes se despediram, e saíram correndo
para a escola.
Não gosto desses contos que no fim...
ResponderExcluirNão gosto desses contos que no fim...
ResponderExcluirDe fato, o fim é decepcionante..
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